Os recentes registros de escassez hídrica nas regiões de cana-de açúcar já apontam para uma possível redução na produção do cultivo no ciclo 2020/2021, em comparação à temporada anterior. O estado de São Paulo, principal região para a cultura, deve somar 335,5 mil toneladas, sinalizando diminuição de 2,1%, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Neste cenário, o produtor deve estar atento ao manejo preventivo de pragas e doenças para não ter maiores perdas em produtividade durante a safra.
Para a pesquisadora do Centro de Cana do Instituto Agronômico (IAC), Leila Dinardo, com a previsão do retorno das chuvas nas regiões centro-sul, os canaviais podem ser afetados pelas incidências da broca-da-cana (Diatraea saccharalis) e da cigarrinha das raízes (Mahanarva fimbriolata), que podem impactar consideravelmente a rentabilidade do agricultor. Dados levantados pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) reforçam esta importância. Apenas a broca está presente em 67% das lavouras e, caso o controle não seja feito de forma adequada, as perdas podem chegar em 1,21% na produção do cultivo - para cada 1% de Índice de Intensidade de Infestação Final da praga. No caso da cigarrinha, apenas uma ninfa presente por metro de cana cultivada, quando em sua 3° geração, pode atingir de 2 a 3 toneladas da cultura por hectare.
Os efeitos da broca-da-cana são visíveis no campo e os maiores danos são no interior do colmo. Segundo o gerente de ativação de marketing para Cana-de-açúcar da Bayer, Paulo Donadoni, as larvas, ao se alimentarem, formam galerias que prejudicam o desenvolvimento da planta, podendo impactar diretamente no peso e na qualidade do cultivo. "As galerias abertas pelas lagartas são portas de entrada para diferentes patógenos Na indústria, isso acarreta perdas tanto na fabricação do açúcar assim como do etanol." comenta.
Para mitigar os impactos das lagartas da broca neste ciclo, algumas ferramentas são fundamentais, como: conhecer o período de infestação, as metodologias para monitoramento, o comportamento da praga e a reação ao ataque pelas variedades de cana. "Para o controle da broca, é essencial que o produtor vá além da aplicação do inseticida. As estratégias de manejo a serem adotadas, tanto no uso de biológicos, quanto os químicos, serão altamente dependentes do monitoramento, que deve ser iniciado a partir do segundo mês de desenvolvimento da cana, após o plantio ou após o corte da cana", conclui a pesquisadora Leila Dinardo.
Patrulha Cana
Entendendo os desafios do produtor no manejo da cigarrinha das raízes e da broca-da-cana, a Bayer lança o Patrulha Cana, um serviço de monitoramento exclusivo para os clientes do Impulso Bayer, programa de fidelidade da empresa e que pode ser resgatado por pontos na plataforma Orbia."A plataforma funciona da seguinte forma: uma equipe entra em campo para fazer o monitoramento dias depois da cana plantada. Os técnicos registram a quantidade e os tipos de pragas existentes em diferentes pontos da propriedade e, com esses dados à mão, os técnicos têm informações que permitem a tomada de decisão para o manejo, otimizando recursos e reduzindo as perdas", comenta Paulo.
Com o Patrulha Cana, o agricultor terá sua área monitorada com periodicidade, de acordo com o ciclo biológico e a incidência da praga. "Os técnicos do projeto coletam os dados no campo e os inserem em um sistema informatizado, permitindo o acompanhamento em tempo real pelo produtor. É possível observar os horários de monitoramento, imagens coletadas e a provável incidência das infestações sem diferentes talhões", finaliza Donadoni.