O líder do Movimento AR, José Vicente, participa de solenidade a convite do prefeito Bruno Covas, na Câmara dos vereadores de SP, para apresentação do PL que denomina 12 CEUs (Centros Educacionais Unificados) com o nome de personalidades negras ligadas à história do Brasil, como o ator, cantor e compositor Luiz Melodia e a escritora Carolina Maria de Jesus, entre outros.
Durante o evento o prefeito falou ainda sobre o decreto assinado por ele que extingue a prática de "mata leão" nas abordagens da Guarda Civil Metropolitana, uma das reivindicações do Movimento AR. O decreto dispõe sobre a vedação do uso de técnicas de estrangulamento diz que "É vedado aos agentes da Guarda Civil Metropolitana, no exercício de suas funções, o uso de técnicas de estrangulamento, restando vedada a sua aplicação com qualquer parte do corpo ou com a utilização de qualquer tipo de instrumento".
Em 04 de agosto José Vicente apresentou, pela primeira vez, o Movimento AR ao prefeito de São Paulo, Bruno Covas, que havia ficado de avaliar e ver como a Cidade de São Paulo poderia aderir ao Movimento AR. Em decorrência dessa reunião, o prefeito Bruno Covas assinou ainda o Decreto que institui a Política Municipal de Prevenção e Combate ao Racismo Institucional e Decreto que declara de utilidade pública para desapropriação dos imóveis necessários à implantação do Memorial dos Aflitos.
Convidado especial do evento, o líder do Movimento AR e reitor na Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, falou sobre a importância desta data para o combate ao racismo no Brasil. Ele comentou que o conjunto de medidas apresentado hoje é um marco e um farol para o futuro. "Nós estamos construindo nesta manhã um paradigma do que foi o tratamento da intolerância racial até os dias atuais e o que deverá ser o tratamento deste tema para os dias que virão".
O Movimento AR é uma mobilização voluntária, com propósito de realizar mudanças e transformações sociais através de ações efetivas de combate ao racismo, ao preconceito e à discriminação racial contra negros. O movimento é liderado pela Universidade Zumbi dos Palmares e pela Ong Afrobras.
O Manifesto - Ações e estratégias:
01. COTAS NAS UNIVERSIDADES E CONCURSOS PÚBLICOS.
Manter, intensificar, impulsionar e fortalecer as políticas afirmativas de inclusão de negros no ambiente universitário e nos concursos públicos, como forma de combater o racismo estrutural no ambiente público.
02. MUDANÇA DOS PROTOCOLOS POLICIAIS.
Para impedir técnicas de sufocamento e estrangulamento em abordagens policiais, bem como, disparos letais de arma de fogo em abordagens, ou disparos de arma de fogo em invasões, ocupações, favelas e comunidades.
03. MUDANÇA NOS PROTOCOLOS DE SEGURANÇA PRIVADA.
Para acabar com a hostilização, perseguição, abordagens e constrangimentos nos ambientes públicos e privados, promovidos por esses agentes, especialmente, shoppings, bancos e supermercados.
04. CRIAÇÃO DE 500 MIL BOLSAS DE ESTUDOS.
Para qualificação de jovens negros em graduação, pós-graduação, iniciação científica, formação tecnológica, economia criativa, negócios e empreendedorismo.
05. CRIAÇÃO DE 300 MIL VAGAS.
De estágios, trainees e profissionais negros nas empresas públicas e privadas.
06. PROMOÇÃO DA DIVERSIDADE RACIAL EMPRESARIAL.
Por meio de metodologia de implantação, gestão, gerenciamento da inclusão, carreira, ações e políticas de diversidade racial em 300 empresas públicas e privadas. Criação de Índice de Igualdade Racial Corporativo, de Premiação das Melhores Empresas da Diversidade, de Market Place e ação de protagonismo comercial para promoção e fortalecimento do empreendedorismo negro. Formação de um milhão de quadros corporativos em Racismo, Discriminação e Diversidade Racial Corporativa.
07. 300 MILHÕES DE COMPRAS CORPORATIVAS.
Do ambiente público e privado, de serviços e produtos de empresas e de empresários e profissionais negros.
08. FUNDO VIDAS NEGRAS IMPORTAM DE R$ 200 MILHÕES.
Para fomento, apoio e financiamento educacional, empreendedorismo, tecnológico e de economia cultural criativa para jovens negros.
09. LEI DA HISTÓRIA DO NEGRO E MEMÓRIA NEGRA.
Implementação integral da Lei da História do Negro em todas escolas públicas e privadas. Instalação de bustos, estátuas e quadros que prestem homenagem a figuras importantes da cultura negra. Instalação da Rua Zumbi dos Palmares e Nacionalização da Virada da Consciência negra.
10. NEGROS NA POLÍTICA, JUSTIÇA E COMUNICAÇÃO.
Como maneira de combater o racismo estrutural e garantir presença igualitária nesses ambientes estatais, bem como, incluir e fortalecer o discurso da igualdade racial, além de ampliar a presença de negros na comunicação.