Em tempos de pandemia, uma das situações mais observadas foi a criatividade das pessoas. Morando sozinho ou com a família, cada um pode exercitar atividades que até então não fazia ou postergava, ou ainda delegava a terceiros.
Para aqueles que, nos últimos tempos participaram e foram contemplados em um grupo de consórcio de serviços, houve a oportunidade de aproveitar a diversidade e flexibilidade que essa modalidade proporciona e usar o crédito para realizar os mais variados objetivos.
Houve quem o utilizasse para algum tipo de reforma em sua casa, como alvenaria, hidráulica, eletricidade, jardinagem, segurança etc. Outros decidiram por estudar ou voltar a cursar alguma especialidade que pudesse acrescentar no seu currículo, pensando em investir na carreira profissional.
Com a decisão tomada e com a contemplação em mãos, ficou fácil. Aliás, o consórcio de serviços é exatamente para isso: facilitar a realização de objetivos pessoais, familiares e até empresariais.
Levantamento feito pela assessoria econômica da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, apoiada em dados e informações fornecidos pelas administradoras que atuam com esse produto, registrou, nos últimos meses, aumento de 56,1% no total de consorciados, ao alcançar 143,60 mil consorciados.
Desde 2015, o volume de participantes ativos tem crescido constantemente. De lá para cá o aumento foi de 337,8%, confirmando o interesse pela modalidade e sua versatilidade nas utilizações. O avanço foi de 32,80 mil (dez/2015) para 143,60 mil (mai/2020).
Presente no mercado desde fevereiro de 2009, quando da entrada em vigor da Lei 11.795/08, o consórcio de serviços de qualquer natureza tem como uma de suas principais características os múltiplos usos que os consorciados têm feito quando das contemplações.
Ao levantar a aplicação dos créditos nos últimos meses, foi possível verificar a flexibilidade e entender as razões do sucesso do mecanismo. No período, os serviços residenciais, como pequenas reformas, serviços de hidráulica e eletricidade, decoração, ajardinamentos, pintura, responderam por 72,4%.
Na sequência, ficaram Saúde e Estética, como cirurgias reparadoras, entre outras, com 8,4%; Festas e Eventos, como formaturas e aniversários, com 3,9%; Turismo, como viagens e passeios, com 3,6%; Educação, como cursos de graduação, pós e MBA, e os Odontológicos e Oftalmológicos, com 0,7% cada.
Em razão da recente Circular 4.009 do Banco Central do Brasil, que permitiu receber em dinheiro valores relativos a cotas contempladas, totalmente quitadas junto às administradoras de consórcios, 10,3%, incluindo aqueles que já tinham direito de saque pela Circular 3.432, solicitaram a liberação em espécie.
A DIVERSIFICAÇÃO COMO FATOR DE SUCESSO
De um pequeno projeto de instalação hidráulica ou elétrica, comuns nos lares brasileiros, até pequenas reformas ou ampliações residenciais, passando por realização de festas ou eventos, procedimentos médicos na área da saúde, viagens a turismo ou a negócios, além de cursos no país ou exterior, entre outros, o consórcio de serviços mostrou, em recente levantamento, que a ampla diversidade de necessidades do brasileiro pode ser solucionada de forma simples, econômica e objetiva.
Para Paulo Roberto Rossi, presidente executivo ABAC, "o consumidor brasileiro tem procurado administrar cada vez mais e melhor as suas finanças pessoais, familiares e até empresariais. Estar ciente sobre a essência da educação financeira, na qual as peculiaridades do Sistema de Consórcios se inserem, tem possibilitado que o mecanismo desperte as várias oportunidades nos interessados, considerando principalmente os diferenciais em relação a outros meios de parcelamento disponíveis no mercado financeiro".
O constante crescimento, ano após ano desde o lançamento em 2009, foi consequência de vários fatores como custos finais mais baixos e adequados, parcelas mais acessíveis, prazos mais longos, manutenção do poder de compra e ampla liberdade na utilização dos créditos em um ou mais objetivos pessoais, familiares ou até empresariais após a contemplação.
MAIORIA MASCULINA ENTRE OS PARTICIPANTES
Na pesquisa, considerando os 81,3% de pessoas físicas, a predominância foi masculina com 48,3%, enquanto as mulheres ficaram com 33%. Os demais 18,7% foram de pessoas jurídicas.
Junto às administradoras associadas presentes no setor, os resultados apontaram nos grupos em andamento que o prazo médio ficou em 41 meses e o valor médio dos créditos esteve em R$ 16,80 mil. As cotas comercializadas variaram do mínimo de R$ 1,0 mil ao máximo de R$ 100 mil.
A taxa média mensal de administração praticada ficou em 0,537% ao mês. Os índices de correção, praticados nos contratos e que proporcionam o poder de compra do consorciado por ocasião da contemplação, foram: IGPM, IPCA e INPC.