Novos hábitos passaram a ser praticados durante a quarentena da pandemia da Covid-19. Mais tempo em casa, várias pessoas passaram a buscar entretenimento ou aprendizado nas telas de televisores, enquanto outros buscaram na cozinha desenvolver seus talentos culinários. Na área profissional, os notebooks e computadores foram os mais procurados pelos que passaram a trabalhar em home office.
Para analisar o comportamento dos participantes no consórcio de eletroeletrônicos e bens móveis duráveis nos primeiros meses do ano, a assessoria econômica da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios realizou levantamento junto às administradoras que atuam no setor.
Os resultados mostraram equilíbrio nas utilizações dos créditos. As maiores aquisições foram os eletrodomésticos da linha branca, com 21,9%, que incluíram geladeiras, fogões, micro-ondas, máquinas de lavar. Bastante próxima, com 21,2%, estiveram os bens de consumo duráveis como camas, mesas, armários etc.
Na sequência, praticamente empatados, vieram os eletrodomésticos da linha marrom, com 18,1%, compreendendo televisores, aparelhos de som, home theater; e eletrônicos como notebooks, computadores, celulares, com 18%. Outros bens móveis duráveis participaram com 10,7%.
Em razão da recente Circular 4.009 do Banco Central do Brasil que permitiu receber em dinheiro valores relativos a cotas contempladas, totalmente quitadas junto às administradoras de consórcios, 10,1%, incluindo aqueles que já tinham direito de saque pela Circular 3.432, solicitaram a liberação em espécie.
Com maior presença de homens, com 39,9%, mulheres, com 35,6%, e pessoas jurídicas com 24,5%, o número de consorciados ativos alcançou 96,63 mil, em maio. Ao comparar a evolução nos últimos cinco anos, especialmente quando o mais baixo volume somou 27,5 mil participantes em 2016, até o deste ano, o crescimento foi de 251,4%.
"No consórcio de eletroeletrônicos, a principal finalidade é planejar seus objetivos pessoais, familiares, profissionais e empresariais", explica Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC. "Ao manter as finanças pessoais organizadas, o consumidor poderá avaliar sua capacidade financeira em assumir e cumprir compromissos, sem se deixar levar pelas chamadas "compras por impulso, comuns nesse segmento", complementa.
Sempre focando qualidade de vida, ao longo de décadas observa-se a evolução gradativa do consumidor na gestão de suas disponibilidades financeiras mensais, seguindo os limites orçamentários, buscando por custos menores com parcelas acessíveis, fato comprovado pelos mais de 60% de avanços nas vendas de novas cotas nos cinco meses deste ano em relação ao ano passado.
A pesquisa revelou ainda que o valor médio dos créditos contratados variou de R$ 1,50 mil a R$ 80,56 mil, gerando a média de R$ 9,03 mil. O prazo médio de duração dos grupos foi de 41 meses, com taxa média de administração de 0,443% ao mês, tendo o IGP-M como principal indexador de correção do crédito.