18/12/2018 às 11h31min - Atualizada em 18/12/2018 às 11h31min

Houthis e governo do Iêmen acusam um ao outro de terem violado cessar-fogo em Hodeida

Rede de televisão flagrou conflito em cidade iemenita mesmo após cessar-fogo começar a valer. As duas partes se acusam de ter começado o confronto.

g1.com.br


As duas forças em guerra no Iêmen acusaram uma a outra, nesta terça-feira (18), de terem quebrado o acordo de cessar-fogo na cidade portuária de Hodeida. A trégua, assinada neste mês em reuniões na Suécia, começou a valer nesta semana.

Imagens da rede de televisão Arab 24 mostraram explosões e combatentes fortemente armados em Hodeida nesta terça-feira. Até o momento, não há dados sobre mortos neste conflito.
Rede de TV registra momento em que casa é atingida por explosão em Hodeida, no Iêmen — Foto: ARAB 24/via REUTERS Rede de TV registra momento em que casa é atingida por explosão em Hodeida, no Iêmen — Foto: ARAB 24/via REUTERS

Rede de TV registra momento em que casa é atingida por explosão em Hodeida, no Iêmen — Foto: ARAB 24/via REUTERS

O Centro de Informação das Brigadas Al Maliqa – uma unidade do exército do Iêmen – afirmou em seu site que "as milícias houthis estão lançando bombas contra casas de civis em Beit Magari", cidade situada no sudeste da província de Hodeida.

    Guerra no Iêmen: o ano novo da pior crise humanitária no planeta

Os rebeldes xiitas também acusaram as forças do governo de terem violado o cessar-fogo em Hodeida. A cidade é controlada pelos houthis desde 2014.

Em comunicado, o Centro de Informação do movimento Ansar Allah – como se denominam os houthis– chamou as forças governamentais de "hipócritas". Segundo os rebeldes, o governo do Iêmen lançou um míssil e projéteis de artilharia em Hodeida.

Paz difícil

Representante da delegação houthi, Mohammed Abdul-Salam (à direita), e ministro das Relações Exteriores do Iêmen, Khaled al-Yaman (E), se cumprimentam próximo ao secretário-geral da ONU António Guterres — Foto: TT News Agency/Pontus Lundahl via Reuters Representante da delegação houthi, Mohammed Abdul-Salam (à direita), e ministro das Relações Exteriores do Iêmen, Khaled al-Yaman (E), se cumprimentam próximo ao secretário-geral da ONU António Guterres — Foto: TT News Agency/Pontus Lundahl via Reuters

Representante da delegação houthi, Mohammed Abdul-Salam (à direita), e ministro das Relações Exteriores do Iêmen, Khaled al-Yaman (E), se cumprimentam próximo ao secretário-geral da ONU António Guterres — Foto: TT News Agency/Pontus Lundahl via Reuters

As duas partes no conflito celebraram o acordo firmado em um palacete próximo a Estocolmo, durante negociações medias pela Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, especialistas estão céticos com o sucesso do acordo.

"Embora houvesse esperança e otimismo ao fim da última sessão, os dois lados declararam vitória na volta para casa. E houve relatos de violação aos termos do acordo", ponderou o pesquisador Asher Orkaby, da Universidade de Harvard, em entrevista ao G1.

A ONU, portanto, prometeu fiscalizar de perto o fim das hostilidades em Hodeida. O enviado especial das Nações Unidas ao Iêmen, Martin Griffths, disse que vai mandar forças de segurança à região para garantir o abastecimento do porto de Hodeida.

    "Estar logo presente no local é uma parte essencial da confiança que precisa acompanhar a implementação deste acordo", afirmou Griffths a representantes do Conselho de Segurança da ONU.

A Guerra do Iêmen se arrasta desde 2015. O número de mortos varia de acordo com as fontes – ONGs falam em 80 mil, muitos deles atingidos pela fome.

 
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