Desde o último dia 15, Manaus vive a segunda fase do plano de flexibilização frente à pandemia de Coronavírus. Sob a liderança do governador do estado Wilson Lima, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM), representado pelo Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, Carlos Fábio Braga Monteiro, apresentou, no último sábado (13/06), as diretrizes para a retomada das atividades chamadas não essenciais.
Nesta segunda fase, permite-se o retorno de atividades como restaurantes, cafés, padarias, fast-food e self-service com consumo no local, com lotação máxima de 50% da capacidade e horário de funcionamento limitado às 22h. Brinquedotecas e áreas de recreação devem permanecer fechadas e será obrigatório fixar os protocolos de procedimentos em vigilância em saúde às vistas dos clientes. Também estão liberadas atividades ao ar livre, escritórios e bancas de jornais.
De acordo com o empresário manauara José de Moura Teixeira Lopes Junior, "a flexibilização das atividades econômicas no Amazonas é um passo importante, não apenas para a retomada da economia, mas por trazer de volta a esperança e a dignidade para as famílias que foram diretamente afetadas pela crise do Coronavírus". Para Mourinha, como é conhecido na região, "gradativamente os postos de trabalho serão retomados, o dinheiro voltará a circular, chegará ao bolso do trabalhador e, de lá, vai se transformar em comida à mesa das famílias".
O retorno gradativo à normalidade traz de volta não somente a sensação de liberdade à população, mas principalmente significa a retomada da economia, fragilizada pelo longo período de quarentena, mas que vem apresentando sinais relevantes de recuperação. O IBOVESPA teve sua maior queda em 22 de março, quando atingiu 63.570 pontos. Passados três meses, tem oscilado em torno dos 95.000 pontos. Os números do IBGE sinalizam que abril foi o fundo do posso, maio sofreu o rescaldo, com desemprego de milhares de pessoas, e junho deve sinalizar recuperação. Mas é preciso fazer a lição de casa, como tem anunciado o ministro da Economia, Paulo Guedes: aprovar no Congresso as reformas estruturais, para dar bases mais liberais ao mercado e se preparar para um cenário de juros a 2,00% ao ano, quando então os investidores necessariamente terão que buscar investimento produtivo nas empresas, se quiserem retornos reais.
Levantamento divulgado pela Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), no último dia 12, aponta que quase metade (49%) dos brasileiros entrevistados acreditam que suas finanças voltarão ao patamar de antes da pandemia de Covid-19 em até um ano. Desses, 12% acreditam que a retomada pode ser ainda mais rápida, ocorrendo em até seis meses. Esse cenário de otimismo é fundamental para que se reestabeleça tanto a confiança de trabalhadores quanto de empregadores. A pesquisa foi realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) e foram ouvidas mil pessoas, amostra representativa da população adulta bancarizada, entre os dias 1º e 3 de junho em todo o país.
Vale também ser destacada a posse do novo superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o general Algacir Antônio Polsin. Em seu discurso de posse na quarta feira 17/06, ele definiu as prioridades de sua gestão como sendo a preservação dos interesses do modelo Zona Franca de Manaus, em incentivos e aperfeiçoamento da superintendência, com atenção à necessária modernização do perfil empresarial instalado no polo industrial do Amazonas.
"A minha intenção é investir na diversificação, atraindo outros segmentos da indústria, assim como avançar o setor comercial de serviços e agronegócio, visando fortalecer a Zona Franca de Manaus e as áreas de livre comércio. Destaco aqui a importância da bioindústria como um grande potencial para a região, com as características ímpares da nossa Amazônia e a necessidade de tirarmos o máximo proveito da estrutura do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA)", disse Polsin.
Com a redução significativa de novos casos do Coronavírus e a diminuição da ocupação dos leitos de UTI, em um estado que esteve à beira do lockdown, espera-se que todas essas medidas possam de fato alavancar o tão aguardado retorno à normalidade. "A vida em sociedade pressupõe atividade, interação, ainda que sob restrições. Vamos aprender a conviver com esse ‘novo normal’, que é andar de máscara, tocar os cotovelos em vez de apertar as mãos. O importante é garantir essa retomada, porque isso vai trazer esperança e força para as pessoas. Acho que esse é o aspecto mais importante no momento que vivemos", conclui o empresário Moura Júnior.