28/05/2020 às 19h03min - Atualizada em 29/05/2020 às 00h03min

Paraíso das startups, Estônia tem atraído cada vez mais brasileiros

Apoio do governo, pouca burocracia e segurança são alguns dos fatores que estão levando empreendedores a migrar do Brasil para o país báltico

DINO
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Imagem ilustrativa de uma lâmpada


A Estônia, pequeno país no nordeste da Europa, hoje desfruta de um dos governos mais inovadores do mundo. Com quase todos os serviços essenciais do país, como hospitais, escolas e transporte público interligados e um governo altamente digitalizado, a Estônia se transformou num importante hub tecnológico. Na última década, o país viu aflorar um rico ecossistema de startups, que tem atraído profissionais de todo o mundo, inclusive do Brasil.

Atualmente, a Estônia é o 3º país com maior número de startups per capita. Empresas consagradas como TransferWise, Pipedrive e o Bolt são frutos desse terreno fértil que combina inovação, mão de obra ultra qualificada e uma inteligente política de incentivos por parte do governo. Esses casos de sucesso ajudaram a fortalecer a marca Estônia em todo o mundo. Hoje, a Estônia é sinônimo de eficiência e inovação, mas também de oportunidade.

Um dos maiores diferenciais da Estônia é o apoio que o governo estoniano dá para pessoas que desejem trabalhar e empreender no país. Os interessados em migrar para o país báltico têm acesso a todas informações necessárias no site Work in Estonia. Além disso, o Work in Estonia estabelece ligações entre empresas e startups empregadoras e possíveis funcionários. Hoje, a iniciativa colabora com milhares de empresas empregadoras.

Ao fim de uma temporada de estudos no Estados Unidos, o empresário brasileiro Raphael Fassoni começou a escolher o local onde estabeleceria sua recém-criada empresa de consultoria. Entraram na lista de opções o Vale do Silício, na Califórnia, Londres, Copenhague, Berlim e outra cidades. Por fim, ele acabou optando pela Estônia, que não estava na lista inicial.

“A Estônia oferece um conjunto incomparável de vantagens. Aqui, há um ambiente muito mais aberto e menos competitivo do que o Vale do Silício. Dá para viver sem falar a língua local, porque quase todo mundo fala inglês. E o custo de vida é bem mais baixo do que uma cidade como São Francisco ou Londres, por exemplo. Além disso, o país é um dos mais seguros do mundo. Isso tem sido um fator especial de atração para os brasileiros”, comentou Fassoni.

O empresário estabeleceu um vínculo tão forte com o país que, em 2018, ele decidiu abrir a EstoniaHub, uma plataforma para ajudar startups que queiram se estabelecer na Estônia. “Começamos atendendo apenas empresas brasileiras. Mas logo vimos potencial para expandir nosso alcance e decidimos  atuar globalmente. O interesse pela Estônia tem crescido a cada ano”.

 

Abra empresa na Estônia e viva onde quiser

A figura do nômade digital é uma das grandes novidades do século XXI. Há milhares de jovens do setor de tecnologia optando por trabalhar remotamente e viver na estrada. Atenta a essa tendência mundial, a Estônia lançou o programa e-Residency. Com ele, é possível registrar, abrir e dirigir uma empresa na Estônia e viver em qualquer lugar do mundo.

Com poucas burocracias, o processo completo, desde o início da aplicação até a retirada do kit de e-Residency, é rápido e dura entre 6 e 8 semanas. Todos os passos completos estão descritos no portal do e-Residency do governo da Estônia. Assinar documentos digitalmente e verificar a autenticidade dos documentos assinados, criptografar e enviar documentos com segurança e declarar impostos corporativos on-line são alguns dos benefícios concedidos aos que se inscrevem no e-Residency.

Georg Klausner, na Áustria, e Ian Ayad, no Brasil, conseguem gerir sua empresa de marketing e softwares, a MansionTech OÜ, na Estônia registrada através do e-Residency. Para ambos, esse grande intercâmbio cultural beneficiou o negócio. “Como o Ian tem uma vida no Brasil, e eu na Áustria, conseguimos ver como as coisas funcionam nesses países e implementar e comparar com a Estônia. E com certeza todos os processos de trabalho na Estônia são superfáceis, muito mais simples e rápidos”, comentou Klausner.

A Estônia também oferece apoio e formação às empresas inscritas no e-Residency, assim como atua com startups sediadas em território estoniano. “Eu participo dos webinars que eles têm. Então o governo mesmo fornece informações sobre contabilidade, como fundar a empresa, networking, eles têm até um hackathon para desenvolver software”, explicou Klausner.

De acordo com os últimos dados atualizados no dashboard, o número de e-Residents atingiu a marca de 68.774, e demonstrou um aumento significativo ao longo dos anos. Diante da impossibilidade de imigrar para outro país devido à crise da COVID-19, o programa se torna um investimento potencial, já que possibilita naturalmente o trabalho remoto.

 



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