Em entrevista coletiva hoje, 25, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a interrupção do uso da cloroquina e hidroxicloroquina em testes para tratamento contra a Covid-19. O motivo é um estudo publicado pela revista científica Lancet, que falamos aqui na última semana, que envolveu mais de 96 mil pessoas e mostrou que não só não há benefícios no uso desses medicamentos contra o vírus SARS-CoV-2, como há um risco aumentado de morte para os pacientes.
A cloroquina era uma das substâncias consideradas promissoras para o tratamento da doença pelo novo coronavírus, por isso entrou no projeto SOLIDARITY da OMS, em março deste ano, um estudo colaborativo mundial para avaliar a ação das principais drogas no tratamento da Covid-19.
Segundo o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a interrupção vai acontecer enquanto o Conselho de Monitoramento de Segurança de Dados, do Grupo Executivo do estudo SOLIDARITY, analisa os dados disponíveis sobre benefícios e malefícios da cloroquina e hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19. Apesar disso, Tedros reforçou que o uso desses medicamentos em doenças autoimunes e contra a malária é seguro e eficaz, não devendo haver suspensão para esses pacientes.
Enquanto isso, os testes com os outros medicamentos do estudo mundial continuarão. São eles: o remdesivir, que é o medicamento usado contra o ebola; a combinação de lopinavir e ritonavir, usado no coquetel contra o HIV; e o interferon-beta, uma molécula que, em testes anteriores, demonstrou efeito em macacos da espécie saguis infectados pela síndrome respiratória do Oriente Médio (Middle East respiratory syndrome – MERS).