O governo dos Estados Unidos divulgou ontem, segunda-feira (27), três vídeos curtos que mostram “fenômenos aéreos não identificados” no país. As imagens já haviam sido divulgados, anteriormente, mas por uma empresa privada.
As sequências mostram objetos voadores não identificados (OVNIs) se movendo rapidamente enquanto eram gravados por câmeras com sistema infravermelho (térmicas). Em dois dos vídeos, é possível ouvir a reação dos responsáveis pela gravação, que parecem assustados com a velocidade de movimento dos objetos. Uma deles questiona se aquilo poderia ser um drone.
A Marinha dos EUA reconheceu a veracidade das imagens em setembro de 2019. Elas foram divulgadas, agora, “para esclarecer qualquer equívoco por parte da população sobre se as imagens que circulavam eram reais, ou se há ou não mais vídeos”, segundo a porta-voz do Pentágono, Sue Gough.
“Após uma revisão minuciosa, o departamento determinou que a divulgação autorizada desses vídeos secretos não revela quaisquer recursos ou sistemas delicados”, disse Gough em nota, acrescentando que “não infringe qualquer investigação subsequente de incursões militares espaciais”.
A Marinha, agora, conta com regras formais sobre como os pilotos podem reportar quando acreditarem ver possíveis UFOs.
Estudo dos fenômenos
Os vídeos em questão foram lançados primeiramente entre dezembro de 2017 e março de 2018 pela Academia de Artes e Ciências To The Stars, empresa cofundada pelo músico Tom DeLonge, ex-guitarrista e vocalista da banda de pop punk Blink 182. Segundo ele, a companhia estuda fenômenos aéreos não identificados.
Em 2017, um dos pilotos que viu um objeto não identificado em 2004 disse à CNN que ele se movia de formas que não se conseguia explicar.
“Conforme eu chegava mais perto, ele rapidamente acelerava para o sul e desaparecia em menos de dois segundos”, contou David Fravor, piloto aposentado da Marinha norte-americana. “Era muito repentino, como uma bola de ping pong batendo na parede. Batia e ia para outra direção.”
Programa secreto
O Pentágono já havia analisado, anteriormente, imagens de objetos não identificados como parte de um programa secreto já encerrado, lançado por ordem do ex-senador de Nevada Harry Reid.
O programa foi iniciado em 2007 e encerrado em 2012 porque, de acordo com o Pentágono, avaliou-se que havia prioridades mais importantes que precisavam de financiamento.
Mesmo assim, Luis Elizondo, ex-diretor do programa secreto, contou à CNN, em 2017, que ele acredita “que há evidências muito convincentes que podemos não estar sozinhos”.
“Essas aeronaves - todos a chamamos assim - têm características que não constam atualmente nos registros dos EUA ou de qualquer outro país de que tenhamos ciência”, disse Elizondo sobre os objetos pesquisados.
Ele afirmou que pediu demissão do Departamento de Defesa em 2017 em protesto contra o sigilo envolvendo o programa e a oposição interna ao financiamento desses estudos.
Em sua conta no Twitter, Reid disse que estava “feliz” com a divulgação das imagens pelo Pentágono, mas que “é apenas uma pequena parte de todos os materiais e pesquisas disponíveis”. “Os EUA precisam olhar de forma séria e científica para isso e possíveis implicações na segurança nacional”, afirmou.