O presidente Jair Bolsonaro acionou nesta 6ª feira (18.out.2019) a AGU (Advocacia Geral da União) para estudar meios de processar o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), que o chamou de “vagabundo” e disse que ia “implodir“ o presidente. A informação foi confirmada pelo Poder360. A AGU não se pronuncia oficialmente sobre o assunto.
Bolsonaro foi xingado pelo Delegado Waldir. A 1ª delas se deu em reunião com colegas de partido e foi revelada em áudio vazado nessa 5ª feira (17.out.2019). Waldir recuou após a repercussão negativa do áudio divulgado. “Nós somos Bolsonaro. Nós somos que nem mulher traída. Apanha, não é? Mas mesmo assim ela volta ao aconchego”, disse. O congressista, no entanto, voltou a chamar o presidente de “vagabundo” nesta 6ª feira.
Os ataques de Delegado Waldir e o iminente revide do presidente ocorre em meio a momento de disputas internas do PSL. Bolsonaro foi gravado articulando para que o líder do partido na Câmara fosse destituído do posto. No lugar, entraria seu filho 03, o deputado Eduardo Bolsonaro (SP).
A tentativa não foi bem-sucedida. Houve uma “guerra de listas”, e Delegado Waldir conseguiu se manter na liderança da bancada com o aval da Mesa Diretora da Câmara.
O racha no PSL foi aprofundado nesta 6ª feira, quando foi realizada uma convenção extraordinária da legenda que fortaleceu a ala que apoia o presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE). Foi ampliado o número de delegados com direito a voto nas decisões do partido, como a eleição para o diretório nacional.
Depois da reunião, ainda foram anunciados 5 deputados que terão suas ações na Câmara limitadas, dificultando ainda mais eventual troca na liderança do partido, como pretendia a ala bolsonarista.
Os 5 nomes são: Alê Silva (MG), Aline Sleutjes (PR), Bibo Nunes (RS), Carla Zambelli (SP) e Carlos Jordy (RJ). Uma vez suspensos, os congressistas perdem o direito, por exemplo, de participarem de comissões da Casa.
“Suspensão de todos os direitos. De qualquer manifestação em plenário, suspensão do direito de colocar nome em listas representando o PSL de escolha do líder do partido. O partido só está usando a legislação”, afirmou Waldir ao sair da convenção.
O motivo alegado para as sanções foi o de que esses deputados atacaram repetidamente o partido e o presidente Bivar. Ainda cabe recurso. “Existe amplo material probatório de ataques que eles fazem ao partido, aos parlamentares do partido, ao presidente Bivar”, justificou Waldir.