Comportamentos de atletas que violem o espírito olímpico ou as regras chinesas podem estar sujeitos a punições, afirmou Yang Shu, vice-diretor geral do Departamento de Relações Internacionais da Pequim 2020, após grupos de direitos humanos expressaram preocupação com a segurança de competidores que realizarem protestos nos Jogos do mês que vem.
A regra 50 do código olímpico diz que "nenhum tipo de manifestação ou propaganda política, religiosa ou racial é permitida em qualquer local olímpico", embora ela tenha sido flexibilizada no ano passado para permitir gestos em campos se eles forem feitos sem interrupção e com respeito aos competidores.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) deixou claro que atletas são livres para expressar suas opiniões sobre qualquer assunto em coletivas de imprensa e entrevistas dentro da bolha olímpica, a não ser durante competições ou cerimônias de entrega de medalhas.
Yang Shu foi perguntado durante um briefing virtual nesta quarta-feira (19) sobre as preocupações dos atletas que se expressarem sobre questões dos direitos humanos durante os Jogos de Inverno, que começam no dia 4 de fevereiro.
"Qualquer expressão que for de acordo com o espírito olímpico certamente será protegida e qualquer coisa ou qualquer comportamento ou discursos contra o espírito olímpico, especialmente contra as leis e regulações chinesas, também está sujeita a punições", disse Yang.
O cancelamento de credencial é uma possível punição alinhada com as orientações das regras dos organizadores, afirmou Yang durante o evento sediado pela embaixada chinesa em Washington; Entretanto, o livro de regras aborda principalmente medidas de prevenção contra a covid-19 e não discute questões de discurso ou protesto.
Em outras edições dos jogos, quebras do código olímpico por atletas foram conduzidas exclusivamente pelo COI.
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